terça-feira, 29 de abril de 2014

#SomosTodosMacacos endossa o Genocidio Negro, Sérgio Cabral, Fifa e o Capeta!


Então você acha que qualquer movimento positivo é válido e que postando a hashtag #somostodosmacacos vai contribuir para a diminuição dos índices de racismo? Senta aqui!


Quem lhe inspirou a aderir a causa? Luciano Huck? A mulher do Luciano Huck? Cantores que frequentam o Huck e fazem propaganda de tv a cabo? Atletas que frequentam o Huck e fazem propaganda pras teles? Um agenciamento de estrelas super espontâneo e consciente, uma organicidade viral tão bem encenada como o bate-papo teletubbies da presidenta Dilma com Neymar e Claro Ronaldo.

No domingo #somostodosmacacos já era um sucesso, contagiando uma legião de audiência certa; Na segunda Luciano Huck põe a venda camisetas da hashtag em seu site sem modelos negros, e a agência publicitária Loducca e o "estafe de Neymar" também se adiantam em reconhecer a paternidade e explicar o conceito maroto:

"Como quando somos crianças e sofremos com um apelido. Se você se incomodar muito ele com certeza vai pegar. Por isso a nossa ideia era de não fugir da briga, de encarar a polêmica e engolir o problema."

e entram numa festividade de hashtags #Cansei de #NãoVaiTerCopa misturado com Marcha da Família com Deus e Salve Jorge:

"Meu Brasil brasileiro, verde, amarelo, preto, branco e vermelho. Somos um povo alegre com samba no pé e é com alegria e ousadia que a gente tem que se manifestar. Olha a banana, olha o bananeiro… Sou baiano, sou brasileiro… Estamos mais fortes do que nunca, o sorriso é a nossa proteção, a musica é a nossa espada… Nos vemos na Copa… Estamos juntos! #deusnocomando #somostodosmacacos #danidobrasil #amadajuazeiro.



Uma coisa do tipo "engole o choro", "não vamos falar profundamente sobre isso que desaparece", "Não somos assassinados diariamente, não sofremos preconceito diariamente, não temos o estigma da palavra macaco, mas somos todos macacos, vamos repetir a exaustão", "bota pra debaixo do tapete e vença pelos seus méritos, pois somos todos iguais e diferenciar é que é racismo", "Vamos levar no folclore e na esportiva:, "Não existe racismo no Brasil, só lá fora.", e tal.

Cada vez que um comentário desses fosse feito, este panfleto podia voar de jatos, helicopteros e discos-voadores na cabeça dos anti-cotas festivos:



Bullying não é frescura. Cotas não é privilégio. É retratação pública. Ditadura não é enredo de escola de samba, é história que ainda teima em ser contradita e repetida. Não devemos nos calar, devemos falar em voz alta, e construir sepulturas simbólicas que formatem nossos HDs de respeito ao próximo, assim como fez a Alemanha, demolindo e/ou ressignificando resquícios da vergonha nazista, e semelhante
às iniciativas brasileiras para modificar logradouros que homenageiem torturadores da ditadura militar.


A mesma família-de-bem que cozinha e faz selfies nas emocionantes tardes de sábado da Rede Globo, jantam e fazem negócios com a família Cabral. A mesma advogada que defende as chicotadas da SuperVia, também defende a invasão da área ambiental do cliente Luciano Huck. Mas é a favela que tem que sair do morro com gás de pimenta na cara de bebês e idosos, para que o David Beckham possa especular sua jacuzzi. Se não sai por bem, sai no fogo. A Guerra da Praia do Pinto, na Lagoa Rodrigo de Freitas, nunca terminou. Como podem retirar correntes que eles mesmo colocam lá?


Amarildos, Cláudias Ferreira, Dançarinos Douglas e tantos outros que sempre foram justificados como bandidos e vagabundos em salvo-condutos-como-quem-troca-de-cuecas, enquanto a "nova classe média" entrava no mercado consumidor de smartphones e registrava tudo. Surpreendentemente se articularam e desceram pra mostrar essa denuncia para todos. O morro desceu organicamente, sem cachê nem capitalização.



"As denúncias de abusos e mortes indiscriminadas de civis que nada têm a ver com os grupos de traficantes acontecem semanalmente ao mesmo tempo em que o Governo do Estado do Rio apunhala as favelas com mais conflitos com mais efetivos e operações de caça e a captura de criminosas."
(via El Pais)



Se diante das vísceras de cidadãos negros, que assistimos diariamente pelos 10% mínimos de internet que contratamos, a Presidenta tem a cara-de-pau de comemorar o "sucesso" das UPPs e investir mais dinheiro em tropas que vão matar ainda mais cidadãos, por que o príncipe dos coxinhas não se apropriaria de uma "causa-de-bem" em prol da venda de camisetas e combate aos vira-latas que querem estragar a festa da Copa do Mundo da Fifa. Tinham que ter reclamado antes, agora que o legado da Copa é negativo só lhes resta "ENGOLIR".. Criemos logo um bordão raso ao estilo zorra-total e vendamos camisetas, figurinhas e um combo com pelúcias do fuleco.

 

Ao mesmo tempo que comemoram o anúncio de Bolsonaro à Presidência da República, os servos do senhor das trevas sensualizam com a banana fazendo expressões semelhantes aos mesmos gringos que ironizaram e fazem chacota arremessando bananas. Véi, na boa!

 
NÃO SE CALE! NÃO ENGULA!

Movimento Negro não é brinquedo!

S.O.S. POLÍTICAS AFIRMATIVAS!

SALVE A FAVELA!!!

sexta-feira, 25 de abril de 2014

A guerra é contra negros, pobres e pessoas que queiram mudanças reais




O Rio de Janeiro tem uma das polícias que mais mata no Brasil – e no mundo! Quantas investigações estão sendo feitas sobre este fato neste momento? Quantas já foram julgadas? O ex-governador Sérgio Cabral é notório mandante de vários crimes contra a população. Por que nem ele nem ninguém da sua quadrilha de Secretários foi intimado a prestar qualquer esclarecimento?

Se você parar pra refletir, você vai perceber que esta guerra que estamos vivendo não é contra as drogas, mas contra os pobres. Traficantes do morro e policiais não são lados opostos. Eles são o mesmo lado, o único lado cuja morte é aceitável para a nossa sociedade, para a nossa mídia. Os policiais, assim como os traficantes, são em sua maioria negros, pobres, e moram em comunidades. Enquanto eles se matam entre si, os verdadeiros fornecedores – e proibidores – das drogas voam de helicóptero e transitam livremente no Senado, na Câmara e nas Assembleias Legislativas.

Se você parar pra se informar, você vai ver que esta guerra não é contra vândalos, mas contra as pessoas que querem mudanças reais. O número de crimes cometidos pelas polícias militares durante as manifestações nunca foi exatamente registrado, divulgado e nem julgado. No ano passado, muitos brasileiros puderam experimentar nas ruas uma amostra do que é a violência nas favelas. Mas, como vimos ontem, no coração do Rio, as balas que acertam os favelados não são de borracha. E fica cada vez mais claro que a polícia brasileira não detém apenas o monopólio da violência. Ela detém o monopólio do crime.

E pra você que tá sentado no sofá, achando que tá tudo bem, eu sinto lhe dizer, mas esta guerra é contra você! E ela vai chegar até você, porque a nossa mídia trabalha para justificar os crimes de polícias e governos.

Rebele-se! É legítimo! É legal!
E, neste momento, é extremamente necessário!


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Leia o pronunciamento de Rafael Puetter na íntegra