sexta-feira, 11 de janeiro de 2013

DIGNIDADE contra a destruição do Rio de Janeiro


Um casarão que foi doado pelo genro de D. Pedro para ser um local de estudo das sementes tradicionais e dos povos originários, lugar tombado não pode ser vendido. É um ato ilegal pois o prédio é de 1.865. 


O que estamos observando é uma série de crimes promovidos pelo governo do estado do Rio de Janeiro que está encontrando formas de burlar as leis para fazer o que quer. Destruindo áreas ambientais, demolindo imóveis históricos e tombados, destruindo escolas, acabando com a cultura, destruindo a natureza, massacrando a educação com interesses meramente financeiros. (via Monica Bello)


Em 1910, Marechal Rondon inaugurou no prédio o SPI (Serviço de Proteção ao Índio), que foi substituído pela Funai em 1967. O antigo Museu do Índio foi inaugurado em 19 de abril de 1953, mesma data em que Darcy Ribeiro conseguiu criar o Dia do Índio. (via Aldeia Maracanã - Multirão abaixo-assinado)

A história não ensina ao homem e o Brasil insiste em cometer atos de destruição contra o seu próprio povo. Nós não podemos deixar que façam isso conosco. 

Ontem botaram fogo em canudos hoje querem quebrar a Aldeia Maracanã, que se encontra inclusive em estado de abandono enquanto abriga indígenas guerreiros que se mantém no lugar construindo a idéia de uma universidade indígena, patrimônio universal, feito para o homem universal de todo lugar!


O governo comprou o imovel para poder demolir... É tudo um absurdo! Inclusive em épocas de copa olimpíadas turistas e o Brasil que quer ser DO FUTURO de primeiro mundo deveria valorizar e não destruir. (Ava Rocha na convocação do ato "Artistas! Apoio a Aldeia Maracanã"

"A situação deixa qualquer um que analisa o caso perplexo. A Fifa diz que é contrária à demolição. O Crea é contrário, dizendo que não atrapalha a livre circulação. O Inepac (órgão estadual que trata do tombamento de prédios históricos) pediu o tombamento do imóvel. O Iphan (órgão federal de preservação cultural), apesar de não ter tombado, disse que é contrário. ONGs, arquitetos, urbanistas, a DPU e até a Alerj já se manifestaram contra. 


Ninguém consegue entender por que demolir aquilo. O que se percebe é que a demolição passa por um mero capricho da administração pública. Isso não pode ser tolerado quando se fala da administração pública." (via Virus Planetario)



Via Renata Ribas
5 argumentos para preservar e reformar o Museu do Índio:

1º) a FIFA não exigiu a derrubada do museu. Em sua planta original, o Centro Indígena é mantido;


2º) todo bom carioca que visitar o Museu perceberá que a área é relativamente pequena para quem enche a boca pra falar em "mobilidade";


3º) não sairia caro reformá-lo, pois ele ainda mantém sua estrutura principal (e num país de dinheiro superfaturado "saindo pelo ladrão", o que é realmente "caro"?);


4º) seria um grande feito histórico se o ministerio da cultura e a funai transformassem o museu num centro de tradições indígenas (não tem o centro de tradições nordestinas?), ao lado do Maracanã (nome indígena), maior palco do futebol mundial. Seria uma grande justiça com a própria história do país.


5º) e daí se só pensaram nisso agora? e daí se estava abandonado? quantas coisas demoram para ser resolvidas, no mundo, na sua vida? Jamais é tarde para se fazer a coisa certa.


Se gritarmos alto o bastante, se pusermos nossas caras em uníssono, independentes da política siglesca, pela simples preservação da nossa dignidade, como povo, podemos mudar efetivamente essa história. 


Se cada um se dedicar, nós teremos um dia importante no diálogo pela democracia e contra a espoliação no Rio de Janeiro. Se envolvam! Existe amor no Rio. (via Pedro Rios Leao)




"a solidão e a coragem dos Homens que são." (Milton Nascimento)




Leia também: A Playboylandia de Sérgio Álvares Cabral

Seja homofóbico, mas seja discreto!

"Não tenho nada contra homofóbicos. Eu, inclusive, tenho muitos amigos que são. O problema é que tem uns homofóbicos escandalosos, que  não conseguem ser discretos. Ficam dando pinta que não gostam de gay, sabe? Tudo bem ser uma pessoa rancorosa e preconceituosa, mas não em público. Entre quatro paredes e bem longe de mim, tudo bem. Nada contra mesmo. 

É um caminho sem volta. Fico triste de ver tantos jovens se perdendo nesse mundão de ódio gratuito." 


(Leia o texto de Aline Valec na integra)


Via Laerte Coutinho

sábado, 5 de janeiro de 2013

Princesas X Virginia Woolf

Todas iniciativas que associam as mulheres com a formalidade das boas maneiras, às princesas, às rainhas, aos príncipes encantados, têm como único objetivo tratar as mulheres como debilóides e imbecis, organizar , formalmente, a subserviência e subalternidade, este é um espartilho que nos persegue ao longo dos séculos.


Pessoalmente prefiro uma escola inteligente para as mulheres, como as que sonharam e sonham mulheres como a Virginia Woolf em "Um teto todo seu" ou esta brava e admirável menina chamada Malala Yousafzai. Ou as mulheres indianas que estão indo às ruas proteger suas meninas de uma tradição bárbara que as expõe ao estupro e outras atrocidades.

O “Gang Gulabi” (ou o exército de sari rosa) 

Vamos sonhar com escolas que trabalhem o fortalecimento verdadeiro das mulheres onde elas aprendam muito mais do que ser princesas ou rainhas à espera de um príncipe encantado que lhes atribua valor. Uma escola onde as mulheres aprendam a ser elas mesmas, de maneira inegociável.


Este reino encantado proposto pelas escolas de boas maneiras, que modulam o nosso riso, os nossos gestos, a nossa expressão mais genuína, é, na verdade um grande pesadelo que tem, historicamente, produzido uma multidão de mulheres deprimidas e afundadas em tristezas e dissociadas da alegria de seus corpos e suas almas. Não se iludam, meninas, esta ilusão tem nos custado a nossa valiosa existência. (via Lélia Almeida)